A tecnologia por trás da produção do cimentício
Em um primeiro momento, falar de revestimento cimentício remete ao imaginário de peças produzidas com características mais brutas, rústicas e porosas, como blocos de concreto utilizados para o levantamento de paredes de edificações ou pavimentos intertravados. Todavia, peças com esses aspectos estéticos continuariam limitados ao processo construtivo e não agregariam valor se especificados para um projeto de decoração. Por isso, trouxemos esse artigo que explica a tecnologia empregada para esse material.
VERSATILIDADE DEFINE
O conceito de cimentício bruto e sem valor estético ficou no passado em função das novas soluções trazidas para o mercado. O ‘pulo do gato’, que conquistou especificadores e consumidores finais foi a face extremante versátil do cimentício, com alta ou baixa volumetria, e uma gama de acabamentos que elevaram o revestimento como o protagonista de um ambiente, tanto para áreas internas, como externas.
Isso porque o processo produtivo passou a incorporar matérias-primas especiais como cimento branco, fibras, pigmento, minerais e uma série de aditivos. “Para se ter uma ideia, há fórmulas que levam apenas 30 gramas de um aditivo em um lote de 600 kg de massa”, comenta Antônio Bogo, sobre a importância da precisão no processo produtivo.
PESQUISAR É PRECISO. E MUITO!
Todos esses componentes devem ser muito bem estudados e testados. Para se chegar a uma fórmula pronta existe muito investimento em pesquisa e desenvolvimento, já que muitos componentes não estão disponíveis no mercado brasileiro, levando a empresa a desenvolver fornecedores fora do Brasil.
O estudo dos componentes da fórmula é demorado, pois busca selecionar os melhores componentes para proporcionar um melhor empacotamento dos agregados. Para compreender melhor esse processo, podemos imaginar um frasco com várias pedras dentro dele, deixando espaço sem preencher entre uma pedra e outra. Esses pequenos vãos podem ser preenchidos com outros componentes de granulometrias diferentes. Dessa forma, busca-se aumentar a resistência do produto final, tornando-o menos poroso, e conferindo um acabamento muito mais nobre.
DELICADO, NOBRE, E RESISTENTE.
Para saber da resistência dos materiais, um teste de rompimento de corpo de prova demonstra que o concreto tradicional, utilizado em contrapiso, por exemplo, possui uma resistência de 30 a 35 MPa. O gesso apresenta uma resistência ainda inferior, entre 10 e 27 MPa. A fórmula padrão da Covertec, atinge até 70 MPa, garantindo mais resistência sem abrir mão do acabamento e do design das peças. Mais recentemente, desenvolveu-se outra fórmula, a Ultratec, que chega a atingir uma resistência de até 150 MPa.
ALINHADO COM AS TENDÊNCIAS
O resultado estético também é levado em consideração no processo de desenvolvimento. É necessário ter um olhar para o processo, mas também observar as tendências de design. “A participação em grandes feiras, nacionais e internacionais, são um grande combustível que alimenta nossa força criativa, trazendo insights para desenvolvimentos que estejam alinhados com a demanda de mercado, tanto em formatos, quanto desenhos, e também texturas”, enfatiza Bogo.
KNOW-HOW É FATOR CHAVE
Por mais que haja um rígido controle de qualidade em relação ao processo de mistura dos componentes que compõem o cimentício, existe sempre um grande desafio em relação ao resultado final: o desmoldar uma peça. Acontece que o cimentício é composto por matérias-primas naturais, que continuam reagindo entre si ao longo do tempo, e sofrem interferência da temperatura e da umidade durante o seu processo de cura, podendo influenciar no resultado. “Na prática, o nosso desafio constante é controlar as condições do ambiente através de câmaras de cura especiais, levando a um processo mais homogêneo e aumentando o nosso controle sobre o resultado final que queremos obter”, explica o diretor.
Faz parte deste controle selecionar o modelo das formas que serão utilizadas no processo de moldagem. Dependendo do modelo utilizado, obtém-se um resultado diferente. Utiliza-se tanto formas metálicas, quanto plásticas e de borracha – cada qual com sua aplicação, sendo algumas mais adequadas para acabamentos totalmente lisos, outras mais específicas para peças com manchas ou destonalidades, e outras bem específicas para a reprodução de microtexturas no acabamento final.
O VALOR DO TOQUE ARTESANAL
Além de todo o aspecto tecnológico no processo de seleção das matérias-primas, misturas, dosagem e cura, tem outro fator que agrega valor à produção do cimentício: o fator humano. O processo de produção é artesanal e os produtos que possuem acabamento rústico têm suas texturas produzidas artesanalmente, fazendo com que cada peça tenha um design único. Além disso, o desmolde é feito manualmente com o cuidado individual no acabamento de cada peça. Isso confere um controle de qualidade excepcional, pois a inspeção não acontece por meio de amostragem de lote, mas sim a cada peça produzida.
DE OLHO NO MEIO AMBIENTE
No processo de produção de peças cimentícias não ocorre a queima, o que torna o processo mais sustentável por não proporcionar esse impacto ao ambiente. A responsabilidade com questões ambientais se reflete em ações como a captação da água da chuva através de um sistema de cisternas. A água utilizada no processo produtivo passa por uma estação de tratamento para ser devolvida ao ambiente livre de partículas que causam turbidez e com seu PH regulado, plenamente de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos governamentais.
O CEÚ É O LIMITE!
Pode se ainda incorporar polímeros a blocos de cimentício, resultando em uma peça de concreto translúcido, que já foi premiada duas vezes no Brasil, uma vez no Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, em 2018, e outra pelo Prêmio Design Casa Vogue 2019.
Essa matéria foi um oferecimento da empresa DC33. Agradecemos a DC33 e a Palazzo Revestimentos pelo conteúdo compartilhado.